terça-feira, 18 de outubro de 2016

Após várias tentativas, Academia Sueca desiste de notificar Dylan sobre o Nobel

Bob Dylan


Após várias tentativas, Academia Sueca desiste de notificar Dylan sobre o Nobel

"Se ele não quiser vir, não tem problema, a festa será a mesma", disse Sara Danius, secretária permanente da entidade que elege o ganhador


EFE
Estocolmo 17 OUT 2016 - 12:26 COT




A Academia Sueca desistiu de comunicar diretamente ao cantor e compositor norte-americano Bob Dylan que ele foi premiado com o Nobel de Literatura deste ano, depois de quatro dias de tentativas infrutíferas de contatá-lo. Foi o que admitiu nesta segunda-feira à rede pública Radio da Suécia Sara Danius, a secretária permanente da instituição que anualmente elege o ganhador do Nobel dessa categoria.

Os representantes da Academia Sueca falaram com o agente do músico e com outras pessoas próximas, mas não conseguiram falar com Dylan, que também não deu nenhuma declaração pública nem fez qualquer comentário a respeito do assunto nos shows que apresentou nos últimos dias. Ele se apresentou em Las Vegas algumas horas depois do anúncio do prêmio e não fez nenhuma menção, durante todo o espetáculo, à mais prestigiosa distinção do mundo das letras.
Danius disse não estar preocupada com isso, embora ainda não se saiba se o músico irá aceitar o prêmio e se irá a Estocolmo para recebê-lo no próximo dia 10 de dezembro.
“Tenho o pressentimento de que Bob Dylan pode vir. Posso estar enganada e claro que seria uma pena se não viesse, mas de todo modo o prêmio é dele e não podemos nos responsabilizar por aquilo que acontecerá agora. Se ele não quiser vir, não tem problema, a festa será a mesma”, afirmou Danius.
Apenas duas pessoas recusaram o Nobel de Literatura em mais de um século de história: o escritor russo Boris Pasternak, em 1958, obrigado a isso pelas autoridades soviéticas, embora o tenha aceitado mais tarde; e o francês Jean-Paul Sartre, em 1964, devido à sua política de recusar qualquer tipo de premiação.
A Academia Sueca premiou Dylan por ele ter criado “novas expressões poéticas dentro da grande tradição da canção norte-americana”, segundo a decisão divulgada na última quinta-feira.
A escolha surpreendeu por se tratar da primeira vez que o Nobel de Literatura é concedido a um cantor e compositor.

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